
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) está considerando adiar a atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), que visa proteger a saúde mental dos trabalhadores. Essa norma, que exigiria mais responsabilidade das empresas em relação a questões como assédio moral e jornadas extensas, poderia ter um impacto financeiro significativo. Em 2024, o Brasil registrou mais de 472 mil licenças médicas, um aumento de 68% em relação ao ano anterior, refletindo a crescente preocupação com a saúde mental no ambiente de trabalho.
O adiamento da norma é visto como necessário para que as empresas se preparem adequadamente, mas também levanta questões sobre os custos associados. O pagamento das licenças médicas é responsabilidade do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), e os dados indicam que os trabalhadores afastados em média recebem R$ 1,9 mil por mês, totalizando quase R$ 3 bilhões em 2024. Além disso, a Síndrome de Burnout tem gerado um aumento significativo no número de processos trabalhistas, refletindo a urgência de uma abordagem mais eficaz para a saúde mental no trabalho.
Estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que condições de saúde mental resultam em uma perda global de 12 bilhões de dias úteis anualmente, representando um custo de aproximadamente US$ 1 trilhão por ano. Portanto, a discussão sobre a NR-1 não é apenas uma questão de regulamentação, mas também de impacto financeiro para as empresas e a economia como um todo.