
O governo da Argentina formalizou um decreto de necessidade e urgência, um passo crucial para a implementação de um novo programa com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Este decreto é parte da estratégia do presidente Javier Milei para facilitar a aprovação do plano pelo Congresso, sinalizando que um acordo pode estar próximo. O programa proposto incluirá um período de pagamento de 10 anos, com uma carência de quatro anos e meio, e os novos fundos serão utilizados para quitar a dívida do Tesouro com o banco central.
A Argentina, que já teve 22 programas com o FMI, enfrenta um histórico complicado com o fundo. O país é o maior credor do FMI e, apesar de ter implementado medidas de austeridade que ajudaram a reduzir déficits fiscais e a inflação, as reservas do banco central ainda estão negativas. O decreto também sugere que as reservas líquidas, que estavam em US$11,2 bilhões em dezembro de 2023, melhoraram em cerca de US$7 bilhões, mas ainda permanecem em um déficit de aproximadamente US$4 bilhões.
Os novos recursos do FMI podem ajudar a estabilizar a situação financeira do país e possibilitar a remoção dos controles de capital que estão em vigor desde 2019, os quais têm distorcido o comércio e os negócios. Este decreto representa uma mudança significativa no processo habitual de novos programas do FMI, que normalmente requerem a aprovação do Congresso através de um projeto de lei.